O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes prorrogou nesta segunda-feira 10, por 180 dias, o inquérito das milícias digitais, a pedido da Polícia Federal. A corporação informou à Corte haver “diligências ainda pendentes” na investigação.
O inquérito, instaurado em 2021 e prorrogado 11 vezes desde então, mira “a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político (…), com a nítida finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito”.
Entre os principais desdobramentos estão investigações que atingem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a exemplo do esquema de desvio de joias do Estado, a falsificação de cartões de vacinação e trocas de mensagens de teor golpista.
A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também foi homologada no âmbito desse inquérito. No celular do militar, a Polícia Federal encontrou uma espécie de “passo a passo” para um golpe de Estado.
Também nesta segunda 10, a PF pediu a Moraes mais tempo para finalizar o inquéritos das fake news. Aberto em 2019, ele tinha o objetivo de investigar notícias fraudulentas, denunciações caluniosas e ameaças contra a Corte, seus ministros e familiares. Desde aquele ano, a apuração também se converteu em uma constante dor de cabeça para Bolsonaro e muitos de seus aliados.
Em agosto de 2021, Moraes incluiu formalmente o então presidente da República no inquérito – que, ao contrário daquele sobre as milícias digitais, tramita em sigilo.