O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou nesta quinta-feira 4 um pedido do tenente-coronel do Exército Ronald Ferreira de Araújo Júnior pela chance de prestar um novo depoimento à Polícia Federal. Em 22 de fevereiro, na primeira oitiva sobre a trama golpista para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após a derrota para Lula (PT), o militar ficou em silêncio.
Antes de acionarem Moraes, os advogados tentaram obter um novo depoimento diretamente com a PF, sem sucesso.
“A condução das investigações está sendo realizada pela digna autoridade policial e nada impede que, entendendo necessário, agende novo depoimento no curso das investigações. A análise da necessidade desse depoimento, portanto, deve ser definida pela Polícia Federal e não pelo investigado. Desse modo, INDEFIRO O PEDIDO”, decidiu Moraes.
Lotado no Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército, Araújo Júnior foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, que também atingiu Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores investigados por tentativa de golpe de Estado.
Segundo as investigações, Araújo Júnior recebeu do tenente-coronel Mauro Cid, então braço direito de Bolsonaro, documentos intitulados Levantamento de ações do TSE em desfavor do candidato Jair Bolsonaro e Levantamento de ações no STF em desfavor do governo federal. A PF avalia os arquivos como “possível complemento da minuta de decretação do estado de exceção, para reverter a ordem jurídica do País”.
Agora, a defesa sustenta a Moraes que Araújo Júnior deseja explicar “suas conversas e seu relacionamento com o tenente-coronel Mauro Cid e os demais investigados, de forma clara e objetiva”.