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Morre, aos 94 anos, a economista Maria da Conceição Tavares – Economia – CartaCapital

Morre, aos 94 anos, a economista Maria da Conceição Tavares – Economia – CartaCapital



Morreu, neste sábado 8, aos 94 anos, a economista Maria da Conceição Tavares. A morte aconteceu em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, mas a família não divulgou a causa.

Nascida em Portugal, em 24 de abril de 1930, Maria da Conceição Tavares chegou ao Brasil em 1954 e, três anos depois, tornou-se cidadã brasileira.

Sem ter o diploma de Lisboa reconhecido no Brasil, ela iniciou os seus estudos em economia na instituição que hoje é a Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1957, quando obteve a cidadania brasileira. Nesse tempo, chegou a trabalhar para o Incra e, posteriormente, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, hoje o BNDES. Também colaborou com o governo Kubistchek num conselho para políticas econômicas.

Referência no pensamento desenvolvimentista, Tavares se interessou por economia porque ficou estarrecida com as estatísticas da miséria e concentração de terras no Brasil.

Seu legado consistente viralizou também na internet, sobretudo, a partir de fragmentos de gravações de suas aulas, disponibilizadas no canal do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas no YouTube, e da célebre entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em 1995, quando era deputada federal pelo PT.

Uma conta no Twitter chamada “Acervo Maria da Conceição Tavares” tem quase 60 mil seguidores. Num vídeo de 11 mil curtidas, ela aparece de cigarro entre os dedos, em uma sala de aula da Unicamp, explicando aos alunos que o processo de industrialização ocorreu de forma autoritária ou selvagem na maioria dos casos internacionais. Dizia ela que o seu curso era dado para desfazer a “praga” da doutrina liberal, segundo a qual o mercado e a democracia caminhariam juntos.

Ela deixa dois filhos, Laura e Bruno, dois netos, Ivan e Leon e o bisneto Théo.

As repercussões da morte da economista

O presidente Lula (PT) publicou um nota de pesar em suas redes sociais e destacou a sua atuação política em prol de um desenvolvimento econômico com justiça social.

“Adotou o Brasil e nosso povo com o seu coração e paixão pelo debate público e pelas causas populares. Foi uma economista que nunca esqueceu a política e a defesa de um desenvolvimento econômico com justiça social”, destacou. “Até hoje suas aulas são consultadas pelos jovens em vídeos na internet, pela sua fala sempre franca e direta”, completou o presidente, que ainda disse ter colecionado momentos ao lado da amiga.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também mencionou o ‘rico legado’ deixado pela economista. “Seu pensamento, sua crítica e sua defesa inegociável da justiça social será sempre uma estrela guia para o pensamento econômico brasileiro”, escreveu.





Fonte: Carta Capital

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