O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocupou, no sábado (8) passado, o antigo prédio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que fica na avenida Borges de Medeiros, nº 530, no Centro Histórico de Porto Alegre. O grupo chama a ação que reivindica moradia digna para as pessoas desabrigadas por conta das enchentes de Maria da Conceição Tavares, nome que faz homenagem à economista recém-falecida. Na manhã desta segunda-feira (10), era possível ver pessoas nas janelas e uma faixa estendida no edifício.
Em nota, o MTST usa o último boletim da Defesa Civil do RS, que revela que 2.392.686 foram impactadas pelas enchentes em todo o Estado, 572.781 estão desalojadas e 30.442 estão em abrigos, para ressaltar a importância da temática. A coordenadora nacional do MTST, Cláudia Ávila, aponta que dentro do prédio estão famílias que perderam tudo nas enchentes.
“São moradores da zona central de Porto Alegre em sua grande maioria, que já moram aqui há 50 anos. Estas pessoas precisam ter moradia digna, o MTST não busca moradia que não seja digna”, relata Cláudia.
Presente no local, o deputado estadual Matheus Gomes fez uma avalição da importância da ocupação. “É uma situação muito delicada, centena de milhares de pessoas ficaram sem moradia. É essencial que os movimentos sociais consigam pautar a reconstrução do Estado, através da utilização dos imóveis vazios”, afirma Gomes.
Segundo ele, são mais de 600 mil imóveis desocupados no Rio Grande do Sul. “Essa é uma das situações mais revoltantes hoje em dia no Estado. O governo tem que olhar com sensibilidade para essa demanda que está sendo apresentada.”
O deputado ainda aproveitou para opinar sobre as cidades provisórias que estão sendo construídas para receber os desabrigados. “Essas cidades temporárias não são uma boa alternativa. Por exemplo, o Porto Seco possui uma péssima infraestrutura e, talvez colocaria as pessoas em uma condição até pior da qual elas estavam antes”, avalia Gomes.
A faixa instalada no prédio diz o seguinte: “só moradia digna para as famílias desabrigadas já”.