A Procuradoria-Geral da República deu aval à abertura de um inquérito para o deputado federal e ex-presidente do União Brasil Luciano Bivar (PE), por suposta ameaça ao novo presidente da sigla, Antonio de Rueda.
O documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira 5 em caráter sigiloso, foi revelado pela TV Globo e confirmado a CartaCapital por fontes que acompanham o caso.
No pedido, a PGR pediu a autorização para ouvir uma série de testemunhas sobre o episódio.
Rueda acusa o parlamentar de ameaçar de morte ele e sua família, em fevereiro, em meio a uma briga fatricida pelo comando do União. O partido foi criado em 2021, a partir da fusão entre Democratas e PSL.
Foi a defesa do novo presidente da legenda que pediu a investigação no Supremo após um incêndio destruir duas casas de sua família no litoral de Pernambuco.
A representação contra Bivar foi apresentada à Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal. Por se tratar de um deputado em exercício, o caso foi enviado ao STF.
Os advogados de Rueda afirmam que há uma “pluralidade de indícios” que ligam o parlamentar ao incêndio, “ainda que não se possa afirmar solenemente a autoria do deputado no caso”. Para a defesa, o episódio “revela a escalada da violência política”.
No dia 20 de março, Bivar acabou afastado da presidência do União. O mandato dele só terminaria em maio, mas o partido resolveu antecipar sua saída após a ferrenha briga com Rueda.
A reportagem procurou Luciano Bivar para comentar a posição da PGR, mas ele não respondeu. O União Brasil disse que não irá se manifestar sobre o caso.