Grandes Obras

PIB do RS cresce 4,1% no primeiro trimestre de 2024

PIB do RS cresce 4,1% no primeiro trimestre de 2024



O PIB do Rio Grande cresce 4,1% no primeiro trimestre de 2024, impulsionado pela agropecuária. O resultado foi anterior à enchente que atingiu o Estado, quando a maioria dos itens do setor já haviam sido colhidos. O resultado foi puxado pelo avanço no segmento do campo, que apresentou expansão de 59,1%. Também colaboraram a Indústria (0,5%) e o setor de Serviços (1,2%).

O resultado de 4,1% nos últimos três meses foi bem acima do nacional, com 0,8. No comparativo com os últimos quatro trimestres, o Estado também aparece diante dos números nacionais, com 3% e 2,5%, o que não era verificado já algum tempo.

A agropecuária registrou o maior crescimento, com taxa de 59,1%, bem acima dos 11,3% registrados no último período de 2023. O principal produto foi o trigo, que havia tido uma queda de mais de 50% anteriormente, conquistando uma recuperação importante. A indústria também contribuiu com alta de 0,5%, enquanto no país houve uma queda (-0,1%). Dentro da indústria, o destaque foi para a setor de transformação.

O levantamento foi apresentado nesta terça-feira (25), pelo secretário adjunto da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, Bruno Silveira, pelo diretor do Departamento de Economia e Estatística (DEE), Pedro Zuanazzi e pelo pesquisador do DEE, Martinho Lazzari.

De acordo com o diretor do DEE, havia uma expectativa para o crescimento do agronegócio ao longo de 2024, após um ano difícil em 2023. “O primeiro trimestre mostra como vínhamos tendo essa retomada, mas sabemos que o segundo e o terceiro terão um uma realidade bem diferente”, apontou Zuanazzi.

Na análise comparativa com o mesmo período do ano passado, o crescimento local foi de 6,4% local, enquanto que o nacional, 2,5%. O grande destaque foi, novamente, a agropecuária (43,5%). “Naquele período tivemos uma safra recorde de produção de soja, milho e arroz, mas neste ainda tínhamos uma estiagem, com a soja enfrentando problemas climáticos”, explicou Lazzari.

Dentro da Indústria, o destaque ficou para geração de energia, sobretudo hidrelétricas, que estavam com reservatórios cheios, enquanto que em 2023, a estiagem resultou em pouca geração.

Destaques setoriais no trimestre

Entres os principais produtos, foram apontados soja (71,2%), arroz (43,3%), que tem a maior parte da produção no primeiro trimestre, e milho (26,4%). Fumo e uva tiveram queda na produção.

Os técnicos também apontaram a Indústria, com crescimento em 6 das 14 atividades. Produtos derivados de petróleo e biocombustível, aparecem no topo, com 93,9%. Isso se explica porque em 2023 a Refinaria Alberto Pasqualini teve paradas para manutenção e investimentos na planta. A volta à normalidade da produção marcou o crescimento. As quedas no setor, porém, acabaram preponderando, uma vez que são setores com maior representatividade. A principal queda foi de 26,8%, em máquinas e equipamentos.
O setor teve um peso importante no levantamento, em função da representatividade na economia local. Quase 1/5 da indústria gaúcha no ano que passou esteve baseada em máquinas agrícolas. Demissões e paradas de produção no setor e o preço das comodities, que afetaram Brasil e outros países da América do Sul, foram os maiores responsáveis.

A queda também foi registrada entre veículos automotores, reboques e carrocerias (-13,5%). Ainda que a venda esteja em crescimento, a produção está em queda, em função das exportações. O principal mercado de automóveis do Rio Grande do Sul é a Argentina, que se encontra em um período de recessão.
No Comércio, das 10 atividades, 6 tiveram alta. Os destaques são para comércio de veículos (18,8%), supermercados (14,1%) e comércio de equipamentos para escritório e informática (13,1%).

Indicativos para o segundo trimestre

O segundo trimestre é o período em que a agropecuária mais contribui. A soja representa quase 2/3 da economia do Estado, sendo que 80% é colhida neste período. O diferencial, segundo o levantamento, é que o grão teve um crescimento de mais de 70% até ocorrer a enchente. “Em um ano de recuperação, é nesse período que o PIB pode dar um assalto, para depois se ajustar. A perspectiva era de um período muito bom. No restante do ano, tem mais impacto a indústria e os serviços”, observou Lazzati. O diretor do DEE preferiu não fazer projeções.

Os números, de acordo com Lazzari, servem para demostrar como estava vindo a economia gaúcha, com diminuição das diferenças com o Brasil. Mesmo com as perdas, o agro deverá apresentar um bom momento em 2024, avaliam os técnicos. “Mas ainda é muito difícil qualquer perspectiva. Não sabemos, nem do impacto, nem como o Estado irá se comportar nessa recuperação”, ponderou.

O secretário Bruno Silveira demonstrou otimismo com a capacidade de recuperação do Estado. “Vínhamos em um momento de recuperação das enchentes de 2022. Agora, porém, o impacto será bem maior. Mas vemos o governo focado em todas as ações possíveis para a reação da economia”, avaliou.

Período de comparação                                 1ºtrim2023     2ºtrim2023      3ºtrim 2023     4ºsem2023    1º.Trim2024

Trimestre/trimestre imediatemante anterior (com ajuste sazonal)     -2,3     1,2    0,4    0,1    4,1

Trimestre/mesmo trimestre do ano anterior                                      1,1     6,0    0,1    -0,8   6,4

Acumulado no ano                                                                          1,1      3,7   2,5     1,7   6,4

Acumulado nos últimos quatro trimestres                                          -2,0      2,6  2,2     1,7   3,0

Fonte DEE/SPGG



Fonte: Jornal do Comércio

administrator

Artigos Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *