As recentes chuvas também afetaram um dos principais “motores” da economia gaúcha: o Polo Petroquímico de Triunfo. Em nota, a Braskem, maior empresa do complexo, detalha que “devido aos eventos climáticos extremos que estamos sofrendo no nosso Estado nos últimos dias, com fortes chuvas, alagamento e bloqueio de estradas, o que tem provocado impacto no fornecimento de insumos, demos início desde a manhã desta sexta-feira (3) numa ação preventiva que envolve a parada de algumas de nossas plantas situadas no Polo Petroquímico de Triunfo”.
A empresa acrescenta que, por esse motivo, será necessário o acionamento do flare, dispositivo padrão de segurança utilizado pelas indústrias petroquímicas e que gera uma chama no momento da queima de alguns resíduos químicos. Ainda conforme a Braskem, como parte desse processo, nos próximos dias poderá ser percebida uma luminosidade diferente do usual vinda das fábricas da companhia.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Porto Alegre e Triunfo/RS (Sindipolo), Ivonei Arnt, detalha que a planta 1 da Braskem, que produz eteno, foi paralisada e a unidade 2 e a fábrica de plástico verde (feito a partir do etanol da cana-de-açúcar) estão atuando com cargas reduzidas. Ele acrescenta que a Arlanxeo também interrompeu sua operação e havia a perspectiva que a Innova e a Oxiteno, outras empresas do Polo gaúcho, adotassem a mesma decisão.
O dirigente comenta que, normalmente, trabalham no complexo de Triunfo em torno de 2 mil funcionários e, no momento, nem metade desse total está atuando. Arnt ressalta que, nos últimos dias, já estava muito complicado para os trabalhadores acessarem e deixarem a estrutura devido às chuvas.
O representante do Sindipolo salienta ainda que o terminal Santa Clara, que fica situado dentro do Polo, às margens do rio Jacuí, também foi afetado pela elevação das águas. “Estava inundado, inclusive chegou a boiar alguns contêineres”, diz Arnt. Ele reforça que é preciso ter muito cuidado com as questões de segurança em uma situação como essa. “Uma parada de plantas nessas condições, sempre é algo bastante crítico”, enfatiza o dirigente.