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Por unanimidade, Copom mantém a Selic em 10,5%, a 3ª maior taxa real de juros no mundo – Economia – CartaCapital

Por unanimidade, Copom mantém a Selic em 10,5%, a 3ª maior taxa real de juros no mundo – Economia – CartaCapital



O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu nesta quarta-feira 31, por unanimidade, manter em 10,5% ao ano a taxa básica de juros, a Selic. Com isso, repete-se a conclusão da reunião anterior, de 19 de junho, ocasião em que os diretores encerraram um ciclo de cortes iniciado em agosto de 2023.

Formam o comitê cinco diretores indicados por Jair Bolsonaro (PL) – Roberto Campos Neto (presidente), Carolina Barros, Diogo Guillen, Otávio Damaso e Renato Gomes – e quatro escolhidos por Lula (PT) – Ailton de Aquino, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira.

Com a decisão do Copom, o Brasil fecha o dia como o terceiro colocado na lista das mais altas taxas reais de juros, conforme um ranking atualizado pela consultoria MoneYou.

Em primeiro lugar na taxa real, cálculo que desconta a inflação, está a Turquia, com 12,13%, ante 7,55% da Rússia e 7,36% do Brasil.

Completam a lista dos dez primeiros México (6,24%), África do Sul (3,89%), Indonésia (3,61%), Hong Kong (2,83%), Itália (2,44%), Reino Unido (2,39%) e Filipinas (2,37%).

No comunicado para justificar a manutenção da taxa de juros, o Banco Central menciona um “ambiente externo adverso”, devido à incerteza sobre a política monetária dos Estados Unidos e “as dinâmicas de atividade e de inflação em diversos países”.

Já no cenário doméstico, segundo o BC, “o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo maior do que o esperado“.

“A política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno da meta”, diz a instituição. “O Comitê se manterá vigilante e relembra que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta.”

A reunião do Copom termina dias após Lula voltar a criticar Campos Neto, desta vez por uma afirmação sobre salário e inflação. Ao longo de julho, o petista havia evitado contestar publicamente o banqueiro.

“Esses dias o presidente do Banco Central deu uma declaração para a imprensa em que eu não quis acreditar. O cidadão, jovem, bem-sucedido na vida, diz o seguinte: esse negócio de aumento do salário mínimo e massa salarial crescendo pode gerar inflação”, disse Lula, na última sexta-feira 26. “Significa que, para não ter inflação, o povo precisa ganhar pouco? Será que essa pessoa não tem respeito?”

“Será que as pessoas pensam que alguém ganha salário mínimo porque quer ganhar salário mínimo? Será que pensa que o Brasil é pobre porque quer ser pobre? Não. Dê oportunidade ao pobre que ele vai fazer como fez esse pernambucano aqui, virar presidente da República”, completou o presidente.

Lula não citou diretamente, mas trata-se de uma referência a uma entrevista concedida em junho por Campos Neto à CNN Brasil. “A preocupação vem quando as empresas não conseguem contratar e aí você tem que começar a subir o salário. Se você sobe o salário para o mesmo nível de produção, isso significa que você está iniciando um processo inflacionário. Então, a preocupação vem daí”, disse, na ocasião.

Confira os resultados das reuniões anteriores do Copom desde o início do ciclo de reduções na Selic:

  • agosto de 2023: de 13,75% para 13,25%;
  • setembro: de 13,25% para 12,75%;
  • novembro: de 12,75% para 12,25%;
  • dezembro: de 12,25% para 11,75%;
  • janeiro de 2024: de 11,75% para 11,25%;
  • março: de 11,25% para 10,75%;
  • maio: de 10,75% para 10,50%.
  • junho: manutenção em 10,50%.



Fonte: Carta Capital

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