O PT enviou, nesta terça-feira 2, uma representação pedindo ao Ministério Público de São Paulo que a atuação da presidente do conselho de administração da Sabesp, Karla Bertocco, junto à Equatorial seja investigada.
O documento, assinado pelo deputado estadual Paulo Fiorilo (PT), justifica que a investigação é necessária pois uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou Bertocco ocupava um cargo no conselho da Equatorial até dezembro de 2023.
A Equatorial foi a única empresa interessada para adquirir 15% da empresa de água e saneamento. “A presença da executiva no Conselho de Administração da Equatorial e da Sabesp simultaneamente levanta sérias preocupações sobre conflitos de interesse”, diz o documento.
“A Equatorial é a única interessada na privatização da Sabesp, e a executiva estava em uma posição privilegiada para influenciar decisões que poderiam beneficiar a Equatorial, em detrimento do interesse público e da concorrência justa”, afirma representação enviada pelo PT ao MPSP.
O Governo de São Paulo afirmou que já atuou em conselhos de diferentes empresas como a Corsan e a Orizon, e que a participação dela na Equatorial se encerrou antes da modelagem da oferta pública de ações
Batalha jurídica
Outra ação, desta vez de entidades sindicais, questiona a oferta de 67 reais por ação feita pela Equatorial. A proposta representa um desconto de ao menos 10% em relação ao valor das ações negociadas nesta terça-feira.
A ação contra a venda da estatal de abastecimento hídrico são movidas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de SP, o Sintaema, e pelo Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento.
Nas petições, as entidades citam um estudo elaborado a pedido do Sintaema, que concluiu que o preço do papel deveria ser de pelo menos 85,58 reais. A oferta da Equatorial, portanto, fica abaixo do preço atual das ações na Bolsa e do valor referente ao seguro-garantia exigido no prospecto da oferta, segundo as entidades.