Morto aos 85 anos, artista norte-americano exibiu a versatilidade do metal com instalações e exposições que rodaram o mundo, incluindo o Brasil Richard Serra
David Corio/Redferns
Conhecido como “poeta do ferro”, o artista Richard Serra morreu na última terça-feira (26), aos 85 anos, vítima de pneunomia. O norte-americano foi um dos principais nomes da arte contemporânea, criando obras marcantes a partir do metal, em grandes escalas e que se moldavam a sua criatividade -exibindo curvas, espirais e inclinações.
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O caminho de Serra pela arte iniciou-se pela pintura. Após estudar literatura na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, foi admitido posteriormente para cursar Artes Plásticas, em Yale. A escultura passou a fazer parte – e consolidar-se como sua maestria, em Paris, na França, ao deslumbrar-se com o Museu Nacional de Arte Moderna. As visitas foram determinantes para que ele decidisse se dedicar ao trabalho.
Esculturas de Richard Serra na Galeria Arcelormittal do Museu Guggenheim de Bilbao, Espanha, em janeiro de 2010
Cristina Arias/Getty Images
A ascensão do artista teve início na década de 1960. Divergindo do minimalismo, Richard foi incisivo na ideia de projetar esculturas com estética industrial. O aço bruto fez parte de sua identidade, deixando à vista toda a estrutura do que planejou desde o começo da obra. Esse planejamento, por sua vez, ia ainda além: mais do que beleza, o ponto era fazer com que as esculturas se moldassem ao ambiente.
Em 1967, a obra To Lift atraiu olhares do mundo. Trata-se de uma folha retangular de borracha vulcanizada colocada no chão e levantada no centro, em uma configuração que lembra uma tenda. Um ano depois, em uma exposição pós-minimalista, destacou-se pela criação de Splashings, que desdobrava a forma do metal ao apresentar-se de forma líquida, primeiramente, e posteriormente sólida – com pingos que demonstravam esse processo.
‘To Lift’ (1967), Richard Serra
Reprodução/MoMA
Em 1971, Serra exibiu Strike, sua primeira peça em chapa de aço e com 2,5 x 7 metros, que erguia-se para o alto. Um ano depois, a obra Circuit dava sequência ao projeto.
‘Strike’ (1971), Richard Serra
Reprodução/Guggenheim
Na década seguinte, mais especificamente, em 1981, as curvas começaram a alongar-se em seus trabalhos, à exemplo da Tilted Arc – placa sólida coberta de ferrugem com 36 metros de comprimento e 3 metros de altura. A obra instalada em Nova York causou controvérsias e foi desinstalada do local, após um julgamento, sob a alegação de que o monumento era “perturbador na rotina diária”.
‘Tilted Arc’ (1981), Richard Serra
Oliver Morris/Getty Images
Apesar da controvérsia, a magnitude de Serra não parou – pelo contrário, tornou-se ainda mais grandiosa. Em 1984, 2001 e 2013, participou da Bienal de Veneza, e rodou o mundo na Documenta em Kassel, na Alemanha; Centre Georges Pompidou, na França; no Museu de Arte Moderna de Nova York; e no Museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha, apresentando exposições e instalações.
Entre suas obras mais memoráveis está a instalação de uma escultura permanente na reserva natural de Brouq, no Qatar, concluída em 2014. A peça é composta por quatro placas de aço que abrangem um quilômetro no deserto.
Vista do topo de um vale com um monólito solitário, parte da instalação ‘East To West’, de Richard Serra, na região selvagem de Zekreet, no Catar.
Sam Agnew/Getty Images
‘East-West-West-East’ (2014), Richard Serra
Reprodução/Wikimedia Commons
No Brasil, Echo foi uma criação feita especialmente para o Instituto Moreira Salles (IMS), na Avenida Paulista, em São Paulo. Inaugurada em fevereiro de 2019, a escultura traz duas placas de aço de 18,6m de altura, com 140 toneladas ao total. O trabalho pode ser visto no jardim externo do espaço.
Primeira escultura de Richard Serra aberta à visitação pública permanente na América Latina, ‘Echo’ (2019) foi inaugurada no IMS Paulista dia 23 de fevereiro de 2019.
Reprodução/IMS
O IMS Rio, em 2014, exibiu previamente a exposição Richard Serra: desenhos na casa da Gávea, reunindo 96 obras selecionadas pelo próprio artista, especialmente concebida para o centro cultural, com trabalhos que dialogavam com o projeto modernista da casa, criado pelo arquiteto Olavo Redig Campos, em 1948.
Fonte: casa Vogue
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