O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, disse em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que não teve influência nas investigações e que nunca teve contato com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão.
“Eu não fiz nada. A única coisa que eu fiz foi indicar o delegado que prendeu o Ronnie Lessa, o delegado Giniton [Lages], com provas técnicas. Eu nunca falei com nenhum irmão Brazão, nunca falei com essas pessoas na minha vida. Eu não existo para eles, e eles não existem para mim”, disse.
O depoimento do ex-chefe da PC é no processo do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) na Câmara, que pode perder o cargo pelo suposto envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Rivaldo, que está preso, é acusado pela Polícia Federal de ter utilizado seu cargo para dificultar a elucidação do crime e garantir a impunidade dos irmãos Brazão.
De acordo com as investigações, o assassinato de Marielle começou a ser arquitetado pelos irmãos Brazão no segundo semestre de 2017. Os detalhes da trama foram revelados na delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, responsável pelos disparos que mataram a parlamentar.
Foi a colaboração do ex-PM que contribuiu para a elucidação do crime e a deflagração da Operação Munder Inc., responsável pela prisão de Chiquinho, Domingos e Rivaldo.
As investigações apontaram que o crime ocorreu para proteger interesses econômicos de milícias e desencorajar atos de oposição política de Marielle.