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Setor eletroeletrônico do RS estima prejuízos de R$ 70 milhões com inundações

Setor eletroeletrônico do RS estima prejuízos de R$ 70 milhões com inundações



A indústria elétrica e eletrônica do Rio Grande do Sul teve prejuízos na casa de R$ 70 milhões com as enchentes no Estado. O levantamento preliminar foi repassado pelo diretor regional da Abinee-RS (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Régis Haubert. O valor engloba perdas de faturamento, maquinário e demais despesas. 

Haubert descreve que o desafio inicial do setor no Estado foi o de conseguir acessar os parques fabris afetados pelas cheias para dimensionar o tamanho do impacto que tiveram a partir da tragédia climática. Neste momento, a análise, segundo ele, é de se é possível recuperar parte das máquinas atingidas ou se será preciso fazer a compra de novos equipamentos.

“Há muitas máquinas de montagem de SMT (Surface Mount Technology). São máquinas de precisão e não sabemos ainda se vamos conseguir restaurá-las ou se haverá a necessidade de uma importação desses equipamentos, o que pode levar até 180 dias”, afirma, acrescentando como outro desafio o de prorrogar contratos de fornecimento para que as empresas da área não tenham as suas receitas ainda mais afetadas.

SOS Indústria Eletroeletrônica

Enquanto essa avaliação é feita, a associação criou uma iniciativa chamada SOS Indústria Eletroeletrônica. O projeto inclui uma série de ações para auxiliar as empresas do setor no Estado. Conforme a entidade, foram cerca de 10 empresas atingidas e que estão paradas desde o começo de maio, após as chuvas.

A ideia é que empresas da área de eletroeletrônica que não foram impactadas possam dar o suporte necessário para quem saiu prejudicado. Dessa forma, algumas delas se colocaram à disposição para cederam o seu parque fabril, com toda a infraestrutura, a fim de que outras indústrias pudessem dar continuidade à sua produção. Dentre elas, estão três empresas do Parque Canoas de Inovação: Exatron, Parks e Novus.

Linhas de financiamento

Além disso, a entidade deu início a conversas com instituições em busca de linhas de financiamento voltadas ao setor. “Tivemos uma conversa com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na última semana, que apresentou três linhas de financiamento, voltados para máquinas e equipamentos, empreendimento e capital de giro. Também tivemos um encontro com o Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), que apresentou uma modalidade de financiamento para as indústrias afetadas”, relata Haubert.

Para o diretor regional da Abinee-RS, há ainda muitas demandas a serem atendidas pelos poderes públicos com o objetivo de reerguer as indústrias gaúchas após a cheia. Porém, entende que, em razão de se tratar de uma tragédia climática sem precedentes, isso irá ocorrer na medida em que os problemas mais fundamentais, como o de moradia e assistência à população atingida, são sanadas.

“É importante ter uma avaliação propositiva para que possamos solucionar os diversos problemas que nossas empresas estão enfrentando e, com isso, garantir emprego, renda e arrecadação, pois isso também afeta a economia do Estado como um todo”, diz.

Enchentes provocam queda de 15,6% nas vendas da indústria gaúcha em maio

Publicada na sexta-feira (7) pela Receita Estadual, a terceira edição do Boletim Econômico-Tributário da sobre os impactos das enchentes nas movimentações econômicas dos contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS) do RS indica queda de 15,6% nas vendas da indústria em maio de 2024. A comparação é frente ao mesmo mês de 2023.

O volume de vendas das indústrias do Estado foi mais impactado nos setores de insumos agropecuários, com menos 39,1% em maio, metalmecânico, com menos 24,4%, e de pneumáticos e borrachas, com menos 18,2%. Os segmentos de têxteis e vestuário, com menos 17,2%, e de Madeira, Cimento e Vidro, com menos 16,1%, também estão com desempenho pior que a média geral da indústria gaúcha em comparação como mesmo período do ano anterior (-15,6%).



Fonte: Jornal do Comércio

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