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Setor produtivo e entidades criticam manutenção da Selic em 10,5%; veja reações – Economia – CartaCapital

Setor produtivo e entidades criticam manutenção da Selic em 10,5%; veja reações – Economia – CartaCapital



O Conselho de Política Monetária do Banco Central manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano nesta quarta-feira 31. O Brasil ocupa a terceira posição entre as mais altas taxas reais de juros no mundo, conforme um ranking atualizado pela consultoria MoneYou.

A manutenção da Selic ocorre após um ciclo de cortes que durou de agosto de 2023 a junho deste ano. Entidades do setor produtivo avaliam que a decisão do Copom representará um baque sobre a economia.

Para a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, a postura do comitê apresenta um “desafio ao setor industrial” gaúcho, que foi castigado por temporais em maio.

“Embora entendamos a necessidade de fazer a inflação ficar dentro da meta, o setor industrial do RS enfrenta dificuldades significativas, agravadas pelos efeitos das enchentes. A manutenção dos juros altos aumenta os custos de empréstimos e financiamentos, dificultando a recuperação econômica das empresas locais”, afirmou a entidade.

Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria, o atual estágio da Selic traz “severas restrições à atividade econômica brasileira”. “A retomada de cortes é fundamental para a redução do custo financeiro suportado pelas empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e pelos consumidores”, pontuou o presidente da CNI, Ricardo Alban.

A Central Única dos Trabalhadores, por sua vez, considera que o Banco Central “boicota” a economia nacional.

“O que de fato estamos colhendo com a Selic elevada são prejuízos à economia do País, porque reflete no aumento dos juros cobrados pelo sistema financeiro. Aumenta os custos para as famílias, para as empresas e para o estado brasileiro”, avaliou Juvandia Moreira, vice-presidenta da CUT.

Na mesma linha, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) acusou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, de “sabotagem”, em um vídeo publicado nas redes sociais.

“Lula tem se esforçado para fazer a economia crescer e a renda do povo está subindo, mas a economia só não está bombando por causa dessa taxa de juros. Por isso, é importante continuar denunciando politicamente essa sabotagem feita pelo presidente do BC”, destacou o parlamentar petista.

No comunicado para justificar a manutenção da taxa de juros, o Banco Central menciona um “ambiente externo adverso”, devido à incerteza sobre a política monetária dos Estados Unidos, e “as dinâmicas de atividade e de inflação em diversos países”.

Já no cenário doméstico, segundo o BC, “o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo maior do que o esperado“.

Minutos antes de o comunicado do Copom ser divulgado, o presidente Lula (PT) afirmou em um evento em Mato Grosso que a redução na Selic seria importante para o País. “Hoje nós temos o menor nível de desemprego, a inflação está controlada, só falta a gente reduzir a taxa de juros, que não depende só do governo, mas que a gente vai conseguir também.”



Fonte: Carta Capital

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