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A história da cor não pode ser compreendida sem o seu simbolismo, sensações e poesia. Confira os seus significados e espaços para se inspirar A cor pode ser um dos protagonistas mais antigos do mundo: da luz à Terra, passando de forma discreta pelos verdes exuberantes nas selvas e florestas. O azul do mar e das portas mediterrâneas, de um período de Picasso, o vermelho da paixão (e inesperado) ou o amarelo dos girassóis que se transforma em laranja ao entardecer. Poderíamos escrever muito sobre a cor e seu impacto em todas as áreas da nossa vida, incluindo os espaços que nos rodeiam.
No design e na arquitetura, a cor representa a expressão do volume, como bem sabiam Bofill ou Barragán, tantos arquitetos, designers e decoradores que continuam elevando as possibilidades do rosa ou do azul a novas dimensões. Aproveitando que estamos nos aproximando da época menos iluminada do ano, viemos para lembrá-lo do significado das cores por meio dos melhores espaços da AD.
Significado das cores (e um pouco de poesia do design e da arquitetura): “A vida é como uma paleta de cores. Misture os tons certos e crie sua obra-prima”, John Lennon.
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Amarelo
Amarelo é otimismo e a Casa Groga, do estúdio CAVAA, confirma isso
AdriaGoulaFoto
Associado à luz do sol, o amarelo é uma cor quente, energética e, para algumas culturas, símbolo de boa sorte (Estados Unidos) e humildade (países de religião budista). De fato, o amarelo é a cor da felicidade para muitos, como confirma a celebração do #YellowDay em 20 de junho, o Dia Mundial da Felicidade.
Andrés Jaque e seu Colegio Reggio: um multiverso que ‘desinfantiliza’ o espaço educativo
©Jose Hevia Blach
Quanto às suas conotações negativas, tanto a cultura chinesa quanto os índios Tewa o associam à morte e ao submundo. De modo geral, pelo menos na cultura ocidental, o amarelo é sinônimo de otimismo (algo que temos comprovado em reformas como a da Casa Groga).
Azul
Azul mediterrâneo
©Unsplash
Goethe dizia que “nos encanta contemplar o azul, não porque avança em nossa direção, mas porque nos leva atrás dele”. E, a esta altura, o que podemos dizer do azul? Que nos transporta e nos faz nadar em um mar de serenidade e paz, mas também de confiança, um atributo do qual muitas marcas e empresas no mundo se apropriaram – dê uma olhada no logo de algumas das redes sociais mais icônicas.
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O azul que Frida Kahlo adorava inunda este pequeno apartamento assinado pela OAR/Office Abrami Rojas
FRANCESCA IOVENE
Uma cor presente em símbolos como as portas gregas, os antigos mantos das virgens inspirados por pedras semipreciosas como o lápis-lazúli, o divino, o inovador, o artístico – de Klein a Majorelle, passando pelo azul que encantou Frida Kahlo – e até mesmo enseadas que nunca foram praias, mas sim lojas que deixam entrar o mar.
Rosa
Bofill e um sonho rosa na Muralha Vermelha de Calpe (Alicante)
©Gregori Civera
Quando pensamos em rosa, logo vem à mente os flamingos e o pink millennial que esteve em alta há cinco anos. Mas também remete à Wes Anderson, cozinhas icônicas, a Muralla Roja de Calpe, a cidade da Barbie, ou a cor da areia nas praias de Creta e das Bahamas.
Wes Anderson teria adorado esta cozinha rosa do estúdio alemão Jäll & Tofta
©Anne Deppe
O rosa é uma cor que simboliza a franqueza e a amabilidade, um carinho em tom pastel, pura doçura, feminilidade, amor e também a lembrança da flor de pêssego e da cerejeira, símbolos da juventude nas culturas orientais.
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Vermelho
Uma antiga sala de serviço reinventada pelo estúdio Zyva no bairro parisiense de Montmarte
Yohann Fontaine
O vermelho é uma cor que nunca deixa ninguém indiferente, algo que temos experimentado através do design de interiores e da arquitetura em muitas ocasiões, não é mesmo, Pedro? O vermelho é fogo, amor, drama, paixão, poder, sangue e luxúria, significados que se equilibram entre uma intensidade tão arriscada quanto sedutora.
A Torre Eiffel escondeu um acaso de ‘design’: este banheiro ultra-vermelho da Roca
Cortesia da Roca
É a cor presente nos bisontes primordiais de Altamira, o pigmento com o qual Ticiano iluminava os cabelos das mulheres ruivas do Renascimento, os interiores de Nick Olsen, banheiros secretos na Torre Eiffel e, sim, também como motivo de desafios virais no TikTok. A história da cor não muda, apenas se transforma.
Verde
Os trópicos também querem entrar: interior de uma residência privada dominicana projetada por Jorge Brown
©Victor Stonem
A liberdade sempre foi verde, como sabiam os vestidos de Adela, a filha mais nova de Bernarda Alba, ilustrada por Lorca; ou o personagem de Cecilia Tallis, interpretado por Keira Knightley em Desejo e Reparação. Metáforas de uma cor tão expansiva na natureza – lembro-me dos mares de samambaias dos Açores – que sempre foi difícil de readaptar ao ser humano.
Apaixonamo-nos por esta casa maiorquina da Brunet Arquitectes
Neus Pastor @interiormallorca
Bastou um tempo para transformar a cor da esperança, extraída de fibras de banana e alho-poró, em uma decoração de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, o design de interiores desta fascinante casa em Mallorca, ou uma arquitetura que suspira pela cor que sinaliza o caminho para um futuro mais sustentável.
*Matéria originalmente publicada na Architectural Digest Espanha
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Fonte: casa Vogue
