O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), afirmou nesta segunda-feira 18 que o governo federal deu um “cartão amarelo envermelhando” para a Enel após episódios de falta de luz em São Paulo e no Rio de Janeiro este ano. As declarações foram dadas em coletiva de imprensa durante a cúpula do G20, na capital fluminense.
Aos jornalistas, Silveira afirmou que tratou da “necessidade de melhorias no serviço prestado pela concessionária” em território brasileiro durante reunião com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Fundada em no final do século XX, a Enel tem o governo italiano como um dos seus principais acionistas com quase 24% das ações.
“Eu precisava usar essa franqueza com a primeira-ministra. Ela compreendeu, ficou de se reunir e dar uma resposta oficial ao governo brasileiro“, pontuou o ministro. O titular de Minas e Energia ainda disse que, no encontro, esclareceu que os modelos de contratos estabelecem regras a serem seguidas, o que não estaria acontecendo.
O ministro ainda destacou que a distribuição de energia é “a parte mais sensível” do setor. Por isso, um decreto publicado em junho pelo governo federal com as regras para a renovação dos contratos de concessões de distribuidoras traz “regras muito mais rígidas”, a exemplo da inclusão dos efeitos de eventos climáticos como avaliadores do serviço das empresas.
Também ressaltou que técnicos da pasta e da Agência Nacional de Energia Elétrica consideram haver uma concentração “decisória” da Enel dentro da própria Itália, o que dificulta uma resposta “mais célere” aos apagões.
Um comunicado divulgado pelo Planalto no domingo dizia que a “necessidade de avanços na melhoria do serviço ” pela Enel havia sido debatida no encontro entre a premiê italiana e o presidente Lula (PT).
Silveira falou à imprensa horas após assinar um acordo com o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, para viabilizar as importações de gás natural da região de Vaca Muerta, no país vizinho. O acordo deve viabilizar a importação de 2 milhões de metros cúbicos por dia de gás argentino já no início do ano que vem, segundo projeções do governo.