A discussão sobre a tributação de grandes fortunas é cada vez mais urgente, diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas. Estudos mostram o quanto os países deixam de arrecadar ao preservar seus bilionários do pagamento de impostos justos. Essa informação foi confirmada no último encontro da Trilha Financeira do G-20, em Brasília, quando o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da USP revelou que uma cobrança de 2% sobre a riqueza de 0,2% dos brasileiros mais ricos poderia gerar uma receita anual de 41,9 bilhões de reais.
Quando os noticiários nos mostram as consequências das inundações no Rio Grande do Sul, não podemos deixar de pensar no quanto esse orçamento seria útil agora para a reconstrução do estado. Mas ele não existe. Para efeito de comparação, os 41,9 bilhões de reais não taxados seriam suficientes para aumentar em mais de dez vezes o orçamento de 2023 do Ministério do Meio Ambiente, que foi de apenas 4,3 bilhões.