Sob o fogo cruzado do sistema financeiro, que nunca considera suficientes os cortes de gastos, e de amplas parcelas contrárias a reduções de despesas, o governo confirma a possibilidade de se atingir déficit zero neste ano, a um custo considerado relativamente baixo. O resultado, antes descrito por muitos como impossível, parece cada vez mais provável e deixa evidente o efeito fiscal benéfico de uma economia em ascensão, engrenagem que funcionou muito bem nos governos anteriores de Lula.
Notícias sobre a insuficiência do aumento da arrecadação para equilibrar as contas, o crescimento da dívida pública, os limites do arcabouço fiscal, o inédito custo de 1 trilhão de reais da Previdência no Orçamento e propostas de aumento da taxa de juros em dois pontos porcentuais nos próximos seis meses pipocam nos jornais, mas pecam por focar apenas um lado do problema, o da despesa. É preciso não esquecer, contudo, o aspecto das receitas.