- Área:
40 m²
Ano:
2023
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Ninho é o mais recente resultado da parceria entre Altar e Natureza Urbana, reunindo esforços para a realização de um refúgio imerso nas paisagens naturais da Serra da Mantiqueira. A fim de oferecer uma experiência única de hospedagem e descompressão, o projeto segue a premissa da Altar de construir hotéis descentralizados e conectados com a natureza, estilo glamping, e fazer o uso da tecnologia para o fomento de práticas sustentáveis em operações de hospitalidade.
A colaboração entre as empresas sucede a linha de pequenos espaços “O Altar” da Tok&Stok, lançada em 2022, que inclui mobiliário, objetos e itens decorativos assinados pela Natureza Urbana. Em paralelo, se desenvolviam os trabalhos de concepção, projetos básico e executivo e acompanhamento das obras da Ninho, processo que culminou no início de suas operações em julho de 2023.
Localizada na Fazenda Pedra Alta, em Joanópolis-SP, a casa está estrategicamente próxima a duas outras unidades do Altar: a Flutuante, ancorada sobre as águas da Represa de Joanópolis, e a Prainha, a de maior área entre as operações da empresa. A organização espacial permite uma dinâmica de integração entre as casas, ao mesmo tempo que respeita a privacidade e a experiência de descompressão inerente a cada uma delas.
A implantação da Altar Ninho é o grande diferencial, uma vez que está situada no topo de um terreno em aclive e elevada em até 4 metros do solo, criando um campo imagético e afetivo correlato à casa na árvore. As duas camas se posicionam junto a uma grande abertura, que concede ao espaço de descanso belas vistas para a represa, e se juntam a outros ambientes funcionais, de estar e contemplação, internos e externos, prezando pelos visuais livres e potencializando a experiência de imersão.
Na busca por uma volumetria racional e inovadora, o projeto exprime a concretização de um design e materialidades simples e sofisticados, capazes de promover a integração entre a arquitetura e o entorno, colocando a natureza e seus elementos como protagonistas dos espaços e experiências. O resultado é um refúgio único, um abrigo para práticas de imersão e conexão com a natureza, bem-estar e reconexão consigo mesmo.
Este é um campo de investigação de grande interesse para a Natureza Urbana, que busca estabelecer em suas práticas a responsabilidade em relação ao território. Enxergar o lugar como parte de um sistema vivo e complexo, reconhecer suas vocações e potências e promover soluções para minimizar o impacto das ações humanas, são algumas das premissas do Design Regenerativo. Se desenvolvimento é o uso de recursos para aprimorar a qualidade de vida de uma sociedade (Gabel, 2005), as práticas regenerativas se apresentam como o próximo passo da sustentabilidade, que já se mostra insuficiente, aplicando recursos para aprimorar a qualidade de vida e constituir capacidades de regeneração e manutenção das condições necessárias para a evolução dos elementos vivos, humanos ou não.
A arquitetura, neste caso, se desenvolve a partir da pré-fabricação dos elementos principais da casa – a estrutura metálica, soluções de fachada e fechamentos –, que foi transportada em uma única viagem e rapidamente implantada ao chegar pronta no local. Elevado sobre pilares metálicos – o que garante o mínimo impacto sobre o solo – e acompanhado por um generoso deck em madeira natural, o abrigo reúne em 20 m² os programas de estar, cozinha e quarto em um ambiente único, ao lado de um sanitário iluminado naturalmente por uma abertura zenital. No ambiente externo, os hóspedes desfrutam de uma área de lazer com mobiliário de estar, chuveiro e espaço para fogueira e contemplação das belas vistas.
Entre a água, a vegetação abundante e os demais elementos naturais da paisagem, a Ninho aparece como um abrigo elevado às copas das árvores, de volumetria sóbria e interessante. Reúne elementos de fachada, aberturas estratégicas e soluções de iluminação e conforto térmico, em um conjunto de atributos responsáveis por maximizar a experiência do visitante e garantir a transformação dos espaços de maneira consciente e responsável.