O bitcoin voltou a ter espaço de destaque no mercado financeiro após a alta vertiginosa nos últimos meses, que fez a cripto se manter no maior valor da história, avaliada na casa de US$ 70 mil (cerca de 357 mil na cotação atual).
Se o novo momento traz euforia aos investidores e abre espaço para a cripto no mercado tradicional, há quem enxergue tudo isso com receio e cautela.
É o caso do historiador e autor Yuval Noah Harari, responsável pelos best sellers “Sapiens: Uma breve história da humanidade” e “Homo Deus: Uma breve história do amanhã”, que encara a popularização do bitcoin como um risco para a relação entre as pessoas.
When I say that Bitcoin is a currency of distrust, I’m just repeating what Bitcoin fans themselves say. There may be good reasons not to trust the banks and governments that create dollars, yens, and other currencies – but that doesn’t change the fact that the preference for… pic.twitter.com/dntBOWPQhz
— Yuval Noah Harari (@harari_yuval) May 21, 2024
Em uma postagem na sua conta pessoa do X nesta terça-feira (21), Harari lembrou que o bitcoin é visto como uma “moeda de desconfiança”, e que esse movimento refratário às instituições e ao próprio conceito de dinheiro pode trazer consequência para atividades econômicas e a cooperação entre os seres humanos.
“Por que este é um desenvolvimento alarmante? Porque todo o propósito do dinheiro é criar confiança entre estranhos. Dispositivos financeiros como moedas, títulos e ações — 90% dos quais são apenas dados em computadores — criam confiança entre milhões de estranhos, que podem então reunir os seus conhecimentos e recursos e cooperar”, afirmou.
O autor de “Sapiens”, cujo tema central é justamente o desenvolvimento dos seres humanos, também chama a atenção para o risco de a tecnologia acabar substituindo as relações entre as pessoas.
“Humanos controlam o mundo, porque aprendemos a confiar uns nos outros e a cooperar uns com os outros. Se agora perdermos a confiança em instituições humanas, e no lugar colocar toda a nossa confiança apenas em algoritmos, então os algoritmos irão controlar o mundo”.
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