O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (29) que discorda da visão de que a atuação da instituição serve apenas ao mercado. “Essa é uma tese antiga e ultrapassada”, disse ele durante palestra no Painel Econômico, promovido pelo Insper, em São Paulo.
Em relação à agenda de inovação, por exemplo, Campos Neto disse que o trabalho do BC contribuiu para tornar o Brasil campeão em fintechs, além de ter colaborado no avanço da transparência e na eficiência do sistema de pagamentos.
Ele também rebateu a crítica no que diz respeito ao trabalho em torno da política monetária. “Todo resto da taxa de juros são vocês que determinam com a vontade ou não de emprestar dinheiro para o governo”, disse o presidente do BC.
Durante o evento, Campos Neto defendeu o avanço da agenda de digitalização do sistema de pagamentos, inclusive para controle das fraudes.
“Se todo dinheiro for digital e rastreável, só vai conseguir fazer (fraude) se conseguir transferir o dinheiro de uma conta para outra conta. Se no Brasil não tivesse conta laranja e nem conta fantasma, a fraude do Pix ia ser zero”, disse.
O presidente do BC afirmou ainda que, se houver controle no processo de abertura de contas bancárias, estas ocorrências de fraude tendem a ir a zero.
“Hoje grande parte das fraudes é por falta de transparência”, avaliou. Em relação ao spread bancário, Campos Neto disse que o papel do BC visa diminuir a assimetria de informações.
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