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Como a AES Brasil projeta reduzir a alavancagem para 4,5 vezes

Como a AES Brasil projeta reduzir a alavancagem para 4,5 vezes


A desalavancagem da AES Brasil é prioridade para a gestão da empresa de geração de energia elétrica. No segundo trimestre deste ano, o índice que mede a relação entre a dívida líquida e o Ebitda estava em 5,6 vezes (x). A projeção de José Ricardo Simão, CFO da companhia, é que esse indicador tenha uma queda de 20% até 2024.

“Entre o segundo e o terceiro trimestre é o pico da dívida. A partir daqui a companhia desalavanca. Temos falado em 4,5x no final do ano que vem. Mas não é onde queremos estar ainda”, diz Simão na entrevista para o programa Números Falam, do NeoFeed. “Gostaríamos de estar entre 3,5x e 4x a dívida líquida/Ebitda”.

A confiança do CFO da AES Brasil está no crescimento do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, que vem em ascensão desde o ano passado.

Dois fatores explicam essa expansão: a entrada em operação de dois parques de energia eólica – Tucano, na Bahia, e Cajuína, no Rio Grande do Norte -, que estão adicionando mais 1 Gigawatt (GW) de energia sobre os 4,2 GW que a AES Brasil gerava. Com isso, sai a necessidade de capex e entra a receita de venda dessa nova energia.

“Estamos justamente terminando o ciclo de capex. Fizemos investimentos de praticamente R$ 1,5 bilhão no primeiro semestre. Tem mais R$ 1,5 bi neste segundo semestre. No ano que vem, temos apenas R$ 250 milhões para investir. É muito menos recurso”, afirma Simão.

Para a gestão da companhia, a combinação entre aumento de Ebitda e redução da dívida bruta de R$ 12 bilhões irão impactar positivamente a alavancagem. Isso vai permitir que a AES Brasil pense, no médio prazo, em um M&A ou em um projeto greenfield com a captação de recursos via emissão de dívida.

Outro tema tratado pelo CFO da geradora de energia elétrica no Números Falam foi o aumento do spread após os eventos Americanas e Light. Segundo Simão, essa curva chegou a ter um prêmio de até 0,7% para uma empresa triplo A. Hoje, o custo ainda é 0,2% maior do que no ano passado.

“A Light foi o que mais pegou e gerou bastante incerteza para o setor elétrico, que é visto como bem regulado e estável, mas ali gerou uma confusão”, afirma o executivo.

Para a empresa de geração de energia hídrica, eólica e solar, ainda há espaço para implementar aerogeradores em parques onshore. A posição privilegiada da costa brasileira, principalmente no Nordeste, permite ter previsibilidade na captura dos ventos.

Por esse motivo, projetos offshore não estão no radar da companhia – inclusive pelo custo de implementação sete vezes maior.

Com valor de mercado de R$ 6,9 bilhões, a ação da AES Brasil está cotada a R$ 11,47 e em alta de 18,7% em 2023, até 19 de setembro. Em 12 meses, o papel acumula valorização de 18,6%.





Fonte: Neofeed

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