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Documentário sobre Verissimo propõe submersão em um tempo desacelerado

Documentário sobre Verissimo propõe submersão em um tempo desacelerado



Em setembro de 2016, um dos nomes que personifica a cultura em Porto Alegre (e no Estado inteiro) completou 80 anos de vida. Notório pela confessa timidez, o escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo tem como característica quase contraditória a incapacidade de dizer não – e foi nesse período de celebração de si mesmo e de seu legado que ele se tornou o centro do documentário Verissimo, de Angelo Defanti. O longa, que estreia em todo o País nesta quinta-feira, terá sessão comentada na Cinemateca Capitólio, às 19h30min, com a participação do diretor, da jornalista Fernanda Verissimo, filha do escritor, e do cineasta Jorge Furtado.

Mais do que um olhar respeitoso para o escritor, Verissimo propõe um mergulho no cotidiano dele, de sua família e da casa que une gerações. Enquanto o aniversário de 80 anos se aproxima, temos a chance não só de observar o reservado escritor em seu habitat natural, mas de submergir na aparente ausência de ação de um personagem pouco afeito arroubos, um espécie de tempo alterado bem diferente do que estamos acostumado quando sentamos na sala de cinema.

“Por mais que Verissimo seja um estagnado, ele é tão parado que se torna um excesso interessante, fascinante mesmo, especialmente porque há sempre muito acontecendo ao seu redor”, explica Defanti.

No fim das contas, Verissimo é também (ou talvez acima de tudo) um olhar sobre as dinâmicas – ou, como Defanti descreve, o “inaudito” – de uma família. “Ainda que um deles seja hiper-introvertido e os outros muito extrovertidos, todos fazem funcionar. O que não é verbalizado é dito por presença. Em princípio, podem parecer mundos que não se casam, mas provam que o contrário, que na compreensão de parte a parte, na disponibilidade, também está amor.”



Fonte: Jornal do Comércio

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