A eleição presidencial nos Estados Unidos acontece em novembro, mas nas últimas semanas tomou um rumo diferente com a saída de Joe Biden da disputa e a entrada de Kamala Harris em seu lugar.
A vice-presidente dos EUA está sendo oficializada candidata à presidência na Convenção Democrata que se realiza esta semana em Chicago. O atual presidente americano estava atrás na disputa com o candidato Donald Trump, mas desde que Kamala entrou na corrida eleitoral, ela passou a superar o Republicano não só nas pesquisas eleitorais, mas também nas casas de apostas.
Pesquisas estaduais são importantes
Sol Azcune, analista política da XP, que participou nesta terça-feira (20) do programa Morning Call da XP, alertou que, nas eleições dos Estados Unidos, é muito importante observar as pesquisas estaduais.
“Sempre trago esse ponto quando se fala de eleições americanas. Lá, elas acontecem de forma indireta. Isso implica que alguns estados têm peso essencial nas eleições e podem ter peso decisivo”, explicou.
Estes estados são Michigan, Arizona, Nevada, Geórgia, Pensilvânia e Wisconsin, que historicamente ora pendem para o lado democrata ora para o lado republicano.
“Desses seis estados, atualmente a Kamala tem vantagem em cinco. É um cenário que mudou muito desde a saída de Joe Biden. É uma eleição mais animada do que se esperava”, ressaltou.
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No entanto, ela vê com cautela a expectativa de possível vitória de Kamala Harris no pleito.
“Olhando para 2020 e 2016, vale mencionar tanto Hillary Clinton (em 2016, ela disputou com Trump a eleição para presidência e perdeu) quanto Joe Biden (em 2020, ele disputou com Trump e ganhou) vinham em vantagens ainda mais amplas que hoje a Kamala Harris tem. Então, o cenário ainda pode mudar muito”, explicou.
Para a analista, o fato de Kamala Harris ter entrado na disputa, recentemente, a faz “surfar” uma onda positiva que deve se intensificar essa semana, com a Convenção Democrata, onde todos os líderes estão mostrando apoio e unificação do partido”.
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“Mas depois as coisas podem se complicar um pouco mais, à medida que as propostas dela serão analisadas com maiores detalhes, e também conforme a gente tenha um debate presidencial (marcado para 10 de setembro)”, explicou.
“Convicção” menor
Sol Azcune acrescenta que, pelos cálculos, o candidato democrata tem que ter ao menos 2 pp de vantagem para conseguir vencer a eleição nos Estados Unidos, dentro do formato indireto do pleito nos Estados Unidos. No momento, os agregadores de pesquisa mostram Kamala com 2 pp à frente.
“Mas tem que estar atento por que as pesquisas leem o voto popular e não o colégio eleitoral (que é o que define as eleições)”, destaca Azcune.
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A analista disse que o time de análise política da XP tem ainda cenário base de vitória de Donald Trump nas eleições de novembro, mas com os movimentos recentes essa “convicção” tem diminuído.