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Descrição enviada pela equipe de projeto. O António Augusto Aguiar 23 é um edifício contemporâneo da expansão urbana de Lisboa, inserido no Plano de Ressano Garcia, desenhado como estratégia impulsionadora do desenvolvimento económico da cidade. Construído na década de 1940, é um projeto da autoria de Licínio Cruz e encontra-se integrado num quarteirão protegido, sendo parte do Conjunto Arquitetónico da Carta do Património Arquitetónico. Com base nesta delicada condição, a proposta de reabilitação propõe, na sua essência, reforçar a identidade do conjunto alargado de edifícios onde se insere.
A análise da planta do edifício e da extraordinária dimensão dos fogos revela tratar-se de um edifício residencial de classe alta, com clara estratificação social dos espaços servidos e de serviço, algo que se tornou obsoleto de acordo com os modelos de vida atual. Como consequência, tanto este edifício como os demais que compõem o conjunto, têm vindo gradualmente a ser desabitados ou a sofrer transformações que viabilizam outros usos (como consultórios, escritórios, entre outros). A nossa proposta procurou repor o uso para o qual o edifício foi construído, redimensionando as tipologias e adaptando-as ao contexto da vida contemporânea.
Na fachada principal, propôs-se a conservação minuciosa das características arquitetónicas originais, que lhe conferem um inquestionável valor patrimonial na cidade, não só pela sua excecionalidade, mas sobretudo pela ideia de conjunto de todo do quarteirão. Para esse efeito, foram preservadas e recuperadas as cantarias em pedra calcária branca e das serralharias que compõem as guardas das varandas e de alguns vãos. Além disso, foi central no exercício de reabilitação a recuperação de características originais, tendo especial destaque a aplicação de marmorite na fachada principal, de tom avermelhado, usando as técnicas tradicionais.
