O comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, elogiou nesta quarta-feira 17 a gestão de recursos da Força e comparou os gastos para manter os quartéis às despesas de universidades.
O militar participou de uma audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara ao lado do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Também marcaram presença os comandantes da Marinha, almirante Marcos Olsen, e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno.
“Hoje, a gente gasta nos quartéis para alimentar a nossa tropa 11,65 reais por dia. Não é nada. Por homem, por dia, todas as refeições. Eu convido os senhores a entrar em qualquer quartel. Vai ao norte de Minas Gerais, Montes Claros; entra em um quartel no meio da selva”, disse Paiva.
“Grama cortada, quartel limpo, arrumado. Vamos entrar em uma universidade qualquer para ver como está, em termos de manutenção, e ver quanto se gasta para manter um quartel e quanto se gasta para manter uma universidade.”
Enquanto isso, ao menos 360 unidades de ensino estão em greve desde o início de abril, segundo o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica. Entre as demandas está a recomposição salarial, a variar de 22,71% a 34,32%, além de uma reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e de docentes.
Já os professores de universidades federais entraram em greve nacional na última segunda-feira 15, após rejeitarem uma proposta do Ministério da Gestão. Eles pedem um reajuste de 22,71%, dividido em parcelas.
Mais recursos
Na audiência desta quarta, Múcio pediu o apoio do Congresso Nacional para aprovar uma proposta de emenda à Constituição que turbina o orçamento das Forças Armadas.
A PEC, de autoria do senador Carlos Portinho (PL-RJ), está na Comissão de Constituição e Justiça e aguarda a escolha de um relator.
Segundo o texto, o governo federal deve partir de 1,2% do PIB para o orçamento de Defesa e, a cada ano, aumentar em pelo menos 0,1% o repasse, até atingir o índice mínimo de 2%.
Múcio abordou o tema durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara.
“O que eu mais precisava de ajuda dos senhores era a PEC da previsibilidade. Acho que 2% é muito grande, visto que nós não temos conflitos. A Ucrânia deve ter todo o orçamento em guerra, os países em conflito todo o orçamento em equipamento de defesa, mas no nosso caso precisamos apenas manter a integridade de nossas Forças para uma eventual necessidade de elas serem usadas com dignidade, que é o que nós merecemos”, afirmou o ministro.