O dia foi ainda ruim para Petrobras (ON -1,82%, PN -2,84%) após queda na casa de 6% na quarta-feira, mas o efeito de baixa sobre o Ibovespa recebeu o contrapeso, nesta quinta, de Vale (ON +0,73%), em sessão mista para as ações de grandes bancos, embora com variações não muito distantes da estabilidade (Santander Unit -0,04%, Bradesco PN +0,53%, Itaú PN -0,30%, BB ON +0,11%).
Na ponta vencedora do índice, Minerva (+9,38%), JBS (+4,63%), Marfrig (+4,44%), Vamos (+4,21%) e BRF (+3,29%). No lado oposto, CVC (-7,44%), Azul (-5,44%), Yduqs (-4,87%) e Transmissão Paulista (-3,00%).
Depois da forte correção do dia anterior em Petrobras, em reação à troca de Jean Paul Prates por Magda Chambriard no comando da estatal, o Ibovespa buscou tirar parte do atraso em relação a Nova York, onde os três índices de referência (Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq) haviam renovado máximas históricas de fechamento com a leitura comportada sobre a inflação ao consumidor nos EUA em abril, que reavivou a expectativa por cortes de juros pelo Federal Reserve ainda este ano — possivelmente começando em setembro, destaca Bernard Faust, sócio da One Investimentos.
“Apesar da continuação do movimento de correção expressiva em Petrobras, o índice de materiais básicos teve alta de 1,25% hoje — entre os de melhor desempenho na sessão -, com destaque para Gerdau, em alta de 2,5%, e com Suzano (+1,64%) também mostrando uma certa força de recuperação, ontem como também hoje”, diz Faust.
Apesar da leitura benigna sobre a inflação de abril, que deu suporte a apetite por risco especialmente na quarta-feira, os dados mais recentes sobre os preços ao consumidor na maior economia do mundo não alteraram o tom dos comentários de dirigentes do Federal Reserve, observa em nota a Guide Investimentos, o que contribuiu para a acomodação dos índices de Nova York nesta quinta-feira. Nesta quinta, Dow Jones mostrava baixa de 0,10%, o S&P 500, de 0,21%, e o Nasdaq, de 0,26%, no fechamento.
“Neel Kashkari [o presidente do Fed de Minneapolis] reiterou que [o BC dos EUA] provavelmente precisará manter as taxas de juros nos níveis atuais por ‘mais algum tempo’ e questionou o quanto os altos custos de empréstimo estão restringindo a economia. E Austan Goolsbee [do Fed de Chicago] afirmou que a desaceleração no crescimento dos preços é bem-vinda, mas que ele precisará ver mais progressos antes de apoiar cortes nas taxas [de juros]”, aponta a Guide.