A Associação Brasileira de Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos defendeu, nesta quarta-feira 7, a regulamentação da publicidade de plataformas de apostas online para “conter os danos causados pelo vício em apostas e em prol da reversão em benefícios e arrecadação”.
O comunicado da ABRAGAMES destaca que as apostas “representam um risco para a sociedade e a economia”.
“A entidade é contra o crescimento desordenado desse tipo de mercado e se preocupa com as consequências nocivas à economia e ao tecido social do País”, diz a nota. “O desvio de recursos da economia produtiva para as apostas compromete o consumo, a qualidade de vida, em especial de famílias em situação de vulnerabilidade, reduz a atividade econômica e, consequentemente, prejudica o desenvolvimento do País.”
A última atualização do Ministério da Fazenda, divulgada na terça-feira 8, mostrava que 96 empresas haviam recebido o aval do governo federal para operar no Brasil pelo menos até o fim deste ano. As demais não podem oferecer jogos aos brasileiros e terão seus sites bloqueados em alguns dias.
O debate em torno das bets ganhou força após um estudo produzido pelo BC mostrar que cerca de 24 milhões de pessoas físicas participam de jogos de azar e apostas no País.
Entre os beneficiários do Bolsa Família, principal programa de transferência de renda, mais de 5 milhões de usuários destinaram dinheiro às casas de apostas virtuais somente em agosto. Foram mais de 3 bilhões gastos nesse período – um montante que corresponde a 20% do valor total repassado pelo programa.
A estimativa do BC considera os consumidores que realizaram ao menos uma transferência via Pix para essas empresas em agosto. A grande maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos, aponta o relatório.
O valor médio mensal das transferências aumenta conforme a idade. Para os mais jovens, os aportes chegam aos 100 reais por mês. Já os mais velhos destinam mensalmente mais de 3 mil reais.