Em um raro caso de crime violento contra estrangeiros na China, quatro instrutores universitários dos EUA que lecionavam na país foram esfaqueados enquanto visitavam um movimentado parque público. À CNN, o deputado estadual de Iowa Adam Zabner, irmão de uma das vítimas, disse que ele está “bem”.
O político disse que seu irmão, David Zabner, estava em sua segunda visita à China com a Cornell Collegue, está “bem”, “foi suturado e parece estar se recuperando”, após falar com ele na manhã desta terça-feira (11), horário de Pequim.
As outras três vítimas sobreviveram ao ataque, disse Zabner, acrescentando que não podia comentar sobre o estado de saúde delas.
O caso
Os educadores do Cornell College, uma faculdade particular de artes liberais em Mount Vernon, Iowa, foram feridos “em um incidente grave” na segunda-feira (10), enquanto participavam de um programa em parceria com a Universidade de Beihua na cidade de Jilin, no nordeste da China, segundo a faculdade.
“Estamos em contato com todos os quatro instrutores e estamos assistindo-os neste momento”, disse o presidente do Cornell College, Jonathan Brand, em um comunicado, acrescentando que nenhum estudante participou do programa.
Filmagens supostamente mostrando o rescaldo do ataque à luz do dia, que surgiram nas redes sociais chinesas na segunda-feira, mas que foram rapidamente censuradas, mostraram dois homens e uma mulher deitados no chão cobertos de grandes manchas de sangue, cercados por espectadores.
Eles pareciam conscientes e falando em seus celulares, mostrava o vídeo.
Os detalhes do ataque, incluindo o motivo e a identidade do agressor ou agressores, permanecem obscuros, e as autoridades chinesas ainda não se pronunciaram sobre o incidente.
A CNN localizou o vídeo do ataque no Parque Beishan, um popular espaço verde no centro da cidade de Jilin, a menos de meia hora de carro da Universidade de Beihua. Esta segunda-feira foi um feriado público na China.
Cooperação
A China tem tentado aumentar sua cooperação educacional com os EUA, que sofreu consideráveis retrocessos devido à pandemia de Covid e às tensões bilaterais.
Durante uma visita aos EUA em novembro, o líder chinês Xi Jinping anunciou que o país convidaria 50.000 jovens americanos para programas de intercâmbio e estudo na China nos próximos cinco anos, com o objetivo de fomentar laços pessoais entre os dois países.
O líder chinês mencionou seus próprios laços duradouros com o estado de Iowa em seu anúncio. Xi ficou hospedado com uma família de acolhimento em Iowa durante sua primeira visita aos EUA, há quase quatro décadas, uma experiência que ele descreveu como “inesquecível.”
Na semana passada, Xi encorajou as universidades da China e dos EUA a “fortalecerem as trocas e a cooperação”, em uma carta ao presidente da Universidade Kean, em Nova Jersey, que possui uma joint venture com a Universidade de Wenzhou, segundo a mídia estatal.
Segurança
A China tem uma das menores taxas de crime violento do mundo, em parte devido aos seus rigorosos controles de armas e à poderosa vigilância em massa.
No entanto, o país continua enfrentando ataques em massa com facas em locais públicos. Em maio, duas pessoas foram mortas e outras 21 ficaram feridas em um ataque com faca em um hospital na província de Yunnan, no sudoeste do país.
No ano passado, seis pessoas foram mortas e uma ficou ferida após serem esfaqueadas no lado de fora de um jardim de infância na província de Guangdong, no sul do país. E um ataque com faca em 2022, também em um jardim de infância, matou três pessoas e feriu seis na província de Jiangxi, no leste do país.
(Reportagem de Nectar Gan, Yong Xiong, Simone McCarthy, and Sarah Dewberry. Steve Almasy e Rashard Rose, da CNN, também contribuíram para esta reportagem)
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