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Justiça britânica adia anúncio de veredito de último recurso de Julian Assange contra extradição nesta terça; entenda o caso

Justiça britânica adia anúncio de veredito de último recurso de Julian Assange contra extradição nesta terça; entenda o caso



A Justiça da Grã-Bretanha adiou a divulgação o resultado do julgamento de um recurso apresentado por Julian Assange, fundador do WikiLeaks, contra sua extradição para os Estados Unidos, agendado para esta terça-feira 26.

Antes de gravar a extradição do jornalista, a Justiça do Reino Unido quer o governo dos EUA apresente garantias sobre o tratamento que seria reservado a Julian Assange, pois em caso contrário o fundador do Wikileaks teria o benefício de um último recurso no Reino Unido contra a sua extradição.

Os juízes apresentaram prazo de três semanas às autoridades americanas para garantirem que Assange poderia ser beneficiado pela Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão, e que não seria condenado à pena de morte, segundo o resumo da decisão.

Assange é acusado pelo país norte-americano de espionagem pelo vazamento maciço de documentos confidenciais. 

Em 2010, ele tornou público mais de 700 mil documentos sigilosos sobre atividades militares e diplomáticas americanas, sobretudo nas atuações no Iraque e no Afeganistão, promovidas após os ataques do 11 de Setembro. 

Nos EUA, Assange enfrenta 18 acusações sob a Lei de Espionagem e poderá ter de cumprir 175 anos de prisão. 

O governo norte-americano entendeu que Assange foi além de sua atuação como jornalista ao publicar, indiscriminadamente, documentos sigilosos do governo. 

O vazamento, alega o Ministério Público dos EUA, teria prejudicado os serviços de segurança e inteligência, podendo ter colocado o país em “risco grave e iminente”. 

Apoiadores o jornalista, por outro lado, afirmam que o trabalho de Assange expôs as irregularidades militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Eles ainda ressaltam que o australiano não terá um julgamento justo nos EUA por sofrer perseguição política. 

A defesa do jornalista acusa as autoridades norte-americanas de perseguição apenas pela “exposição da criminalidade por parte do governo dos EUA numa escala sem precedentes”, incluindo torturas e assassinatos.

O Supremo Tribunal de Justiça britânico deve decidir se o australiano tem direito a recorrer de sua extradição, aceita pelo governo da Inglaterra em junho de 2022. 

Caso não seja reconhecido o recurso contra a extradição impetrado por Assange, o caso poderá ser encaminhado ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em uma última tentativa de evitar a extradição. 



Fonte: Carta Capital

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