O Tribunal de Justiça do Paraná rejeitou o pedido de prisão domiciliar para Jorge José da Rocha Guaranho, ex-policial penal que matou o guarda municipal e ex-tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), em 9 de julho de 2022.
O desembargador substituto Sérgio Luiz Patitucci decidiu na quinta-feira 11 que o ex-policial deve permanecer preso até o júri popular, marcado para 2 de maio.
“Não se verifica a ocorrência de ilegalidade que justifique a substituição da prisão preventiva em prisão domiciliar, ainda que mediante monitoração eletrônica“, concluiu o magistrado.
Os advogados alegaram que Guaranho não teve atendimento médico adequado após sofrer uma queda na prisão e fraturar o braço esquerdo. O juiz contestou a versão.
“Não há nos autos prova de que o paciente não está recebendo o tratamento adequado no estabelecimento prisional em que se encontra, inexistindo ilegalidade à primeira vista”, diz um trecho do despacho.
O júri foi adiado depois de os advogados do ex-policial abandonarem o fórum de Foz do Iguaçu em 4 de abril. Em sua decisão, o desembargador cita esse episódio como um dos fatores a inviabilizarem a prisão domiciliar.
“O trâmite do processo na segunda fase do Procedimento do Júri gera sérias preocupações e dúvidas a este Juízo sobre a intenção do mencionado réu em procrastinar o julgamento do feito.”
O assassinato aconteceu durante a festa de aniversário de 50 anos de Arruda, cujo tema era o então candidato a presidente Lula (PT).
Na ocasião, Guaranho passou de carro em frente ao salão de festas aos gritos de “aqui é Bolsonaro” e “Lula ladrão”. Eles discutiram e, mais tarde, o ex-policial penal voltou ao local e atirou contra o guarda municipal.
O petista, já ferido no chão, baleou o bolsonarista, que ficou internado em um hospital antes de ser transferido para a prisão.