O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou a jornalistas nesta terça-feira 14 não ser possível avaliar as medidas anunciadas pelo governo Lula (PT) para conter os estragos provocados pelos temporais no Rio Grande do Sul. Neste momento, explicou o deputado, é preciso haver providências mais “enérgicas” e “grandiosas”.
As declarações foram concedidas após uma reunião com o petista no Palácio do Planalto. A catástrofe climática que castiga o estado provocou 148 mortes, segundo a Defesa Civil estadual, e deixou quase 540 mil desalojados.
“Não dá para fazer essa análise porque nós temos diversas situações no RS. Temos locais que a chuva já foi e locais que a água não escoou”, afirmou Lira. “Então, precisamos de medidas mais enérgicas, mais vultosas, mais grandiosas, para atender as pessoas e para cuidar da parte de infraestrutura para que essa água possa escoar”.
Antes do encontro no Planalto, Lira participou de reunião com os líderes da Casa e aproveitou para tecer um comentário sobre as iniciativas do governo, segundo deputados relataram a CartaCapital. A avaliação feita pelo parlamentar é que as ações não estão tendo efeito prático na vida dos gaúchos – esse cenário também teria sido levado ao ministro Rui Costa (Casa Civil).
Na reunião, o alagoano também indicou que dará prioridade à tramitação do projeto de lei que autoriza a suspensão da dívida do RS por três anos. A medida irá trazer um alívio imediato de 11 bilhões de reais aos cofres do estado, que utilizará os recursos na reconstrução das cidades atingidas pelos temporais.
À imprensa, Lira voltou a se comprometer com a pauta – segundo ele, a ideia seria levar um requerimento de urgência ao plenário ainda esta terça-feira para acelerar a tramitação do texto. O relatório da matéria, sob responsabilidade do deputado Afonso Motta (PDT-RS), está em fase final de construção, apurou a reportagem.
O presidente da Câmara também disse ter sido convidado por Lula para acompanhá-lo em uma viagem ao Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira 15, mas declarou que tenta antecipar reuniões para conseguir fazer a visita ao estado.
Lá, o petista deve anunciar novas medidas de socorro aos gaúchos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, também foram convidados a integrar a comitiva do governo.