A situação que já é delicada do clima no território gaúcho, com chuvas intensas, deve piorar, alerta a Metsul Meteorologia, nesta quarta-feira (1º). Segundo o serviço, as mais recentes projeções de chuva dos modelos numéricos, atualizadas no começo desta quarta-feira, “sugerem um cenário dramático para o Rio Grande do Sul”, com acumulados extremamente altos de precipitação nas regiões mais castigadas por cheias e inundações, o que provocará uma situação de desastre de grandes proporções no estado gaúcho.
A Metsul aponta acumulados de chuva nos últimos cinco dias entre 300 milímetros (mm) e 500 mm em municípios do Centro e do Nordeste. As regiões aparecem nos modelos de previsão do tempo globais e de alta resolução com precipitação de 150 mm a 300 mm no restante desta semana e no fim de semana.
“Enfatizamos que o quadro já grave deve partir para uma situação de gravidade extrema. O número de municípios em situação de emergência deve ser por demais elevado e muitos devem recorrer ao decreto de calamidade pública”, sinaliza a direção da Metsul. “O cenário é extremamente grave porque a instabilidade não vai deixar o Rio Grande do Sul tão cedo”, associa o serviço, em nota.
A Metsul explica que o ar úmido e instável vai seguir atuando no Sul, mesmo com a chegada de uma frente fria nesta quinta-feira (2). A nova frente não vai conseguir romper o bloqueio, alerta o serviço. O ar mais quente começa a retornar no final da semana, mantendo a instabilidade, acrescenta a equipe de meteorologistas.
Este ambiente é explicado pelo avanço do ar quente tropical para o Sul, que forma uma combinação explosiva de umidade abundante com atmosfera muito aquecida, “o que forma sucessivamente fortes a intensas áreas de instabilidade com volumes de chuva excessivos e temporais isolados com granizo e vendavais”.
As áreas de chuva excessiva a extrema são justamente as regiões mais afetadas por inundações, como o Centro, os vales, a Grande Porto Alegre e a Serra, onde nascem rios que descem para os vales, como Caí, Paranhana e Taquari.