Na sexta-feira (12), o estilista Walério Araújo completou 54 anos. No final de 2023, Maria do Carmo, sua mãe, também conhecida como Dona Neném, celebrou a chegada dos 95.
A junção dos dois momentos resultou na coleção de sua grife apresentada durante o 4º dia de SPFW N57.
Em plena passarela do shopping JK Iguatemi, peças ousadas, que mesclavam o toque lúdico, sem abrir mão da opulência de suas criações, foram apresentadas como resgate dos afetos ligados às memórias do artista e às histórias de sua família.
“Foi um processo que me emocionou demais a cada look. Falar dela me emociona!”, garante ele em conversa com a CNN.
“Quando eu vi as datas do SPFW, eu soube que era o momento certo de fazer essa homenagem. É como se fosse uma festa de aniversário. E falar da vida dela, também é falar da minha. Eu sou o caçula, 16º filho, o eterno bebê da mamãe”, brinca.
A trajetória de Dona Neném
Prazeres gastronômicos, religiosos e amorosos de Dona Neném foram resgatados por Walério em peças icônicas, como estampas de porcos, uma composição de ovo frito e, logo na sequência, um grandioso vestido na cor amarela – em referência ao cuscuz.
“Quem não gosta de cuscuz com ovo, né? É atemporal”, se diverte durante o papo.
“Depois, eu apostei em trazer imagens dela, com as molduras […] Pode parecer bobo, mas a gente sabe que quando fala da família, às vezes um pano de prato é muito afetivo. São valores pessoais”, afirma.
A proposta de Araújo foi abrir as portas de sua casa, apresentando sua família ao público.
Como a grande protagonista da vez, Dona Neném também surgiu estampada em vestidos, porta-retratos, no penteado e até no rosto de algumas modelos. Toda comemoração teve trilha sonora da dupla sertaneja Augusto & Atílio.
Pluralidade
Reconhecido por apresentar coleções memoráveis na temporada de moda, como em 2023, ao homenagear Elke Maravilha, Walério avalia a questão de pluralidade em sua grife.
“Eu sempre fui essa pessoa. Eu sempre trouxe isso comigo. Eu comecei a ganhar dinheiro vestindo meninas trans e depois comecei a fazer show também. Eu venho da primeira geração de drags e acho muito importante. O que eu acho meio feio é quando vira, por exemplo, um modismo. Não tem que colocar porque estão falando, tem que colocar porque existe e por isso que tem que estar ali”, finaliza.
Compartilhe: