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O possível impacto de um novo conflito no Oriente Médio

O possível impacto de um novo conflito no Oriente Médio



As ações do Irã contra Israel no fim de semana ameaçam a estabilidade do Oriente Médio e podem ter sérias implicações econômicas. De um lado, há uma pressão de aliados do premiê Benjamin Netanyahu por uma resposta aos drones e mísseis iranianos, o que pode levar a uma escalada nos conflitos na região. Por outro, há uma pressão internacional por contenção.

Economicamente, a aversão ao risco havia sido contida em certa medida com a perspectiva de que não haveria grandes escaladas, mas o cenário se alterou com as declarações do governo israelense de que irá retaliar em território iraniano.

O anúncio fez com que as bolsas da Europa fechassem em forte queda nesta terça-feira. Um dos motivos é que entre as opções de Israel, segundo especialistas em Oriente Médio, estão ciberataques e ataques direcionados a locais estatais-chave, entre os quais, a infraestrutura de petróleo iraniana. Assim, as consequências esperadas são a alta no preço dos combustíveis, a disparada do dólar e a redução no ritmo da queda de juros.

Um fator que deve ser considerado é o quanto Netanyahu quer envolver Israel em um novo conflito. A ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza já dura seis meses e tem consumido bilhões em armamentos e recursos humanos. Israel acusa o Irã de ser um dos financiadores do Hamas.

Não é novo, porém, que Israel e Irã se ataquem mutuamente nos últimos 40 anos, mas sempre fizeram isso de maneira a usar intermediários. Agora, com a chuva de drones e mísseis que atingiu o território israelense – a maioria interceptada -, o mundo aguarda em que medida virá a resposta.

A ação – baseada no “direito de autodefesa”, segundo o Irã – foi uma resposta a um ataque a um edifício diplomático iraniano em Damasco, na Síria, que matou sete pessoas – três delas comandantes seniores. Israel não confirma nem nega o ataque, algo que pode ser interpretado como uma autoproteção. Pelas normas internacionais, qualquer ação em consulados de outro país em um terceiro país, é inaceitável.

Para Israel, a ação do Irã mostrou quem está a seu lado. Houve um reposicionamento da Jordânia e da Arábia Saudita. Entre os velhos aliados, Grã-Bretanha e Estados Unidos reafirmaram suas posições.

O fato é que, independentemente da resposta israelense, a ação marca o posicionamento iraniano na região. Mostra que a República Islâmica está disposta a avançar algumas casas e escalar as ofensas recíprocas que ultrapassam quatro décadas.



Fonte: Jornal do Comércio

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